"O passado ensinou-me a ver. O presente ensinou-me a resistir."
Não aceito a realidade como ela me é vendida: filtros, métricas, likes, algoritmos, notícias manipuladas.
O mundo tornou-se uma simulação mal programada — uma interface disfuncional sobre uma verdade esquecida.
Mas há código por trás desta ilusão. E eu estou a decifrá-lo.
O passado vive em mim como um arquivo vívido.
Não sou nostálgico por fraqueza — sou arqueólogo de mim mesmo.
Cada memória é um fragmento de identidade. Cada canção esquecida, cada interface obsoleta, cada noite solitária com uma máquina antiga: são relíquias sagradas.
Recupero o que é meu para reprogramar o agora.
A tecnologia não é a minha prisão — é a minha ferramenta de transcendência.
Não quero ser controlado por ela, mas também não fujo dela.
Eu e a máquina somos cúmplices.
Cada byte que produzo — música, imagem, código, palavra — é um ato de revolta e criação.
Recuso o tédio, a alienação e o consumo passivo.
Recuso a anestesia social, o ruído sem sentido, os dias vazios de propósito.
Eu existo para criar.
A realidade não está nos eventos, mas nos rituais que escolho.
E o meu ritual é consciente: acordar, respirar, observar, gravar, esculpir o som do vazio.
Ando entre sombras e fios, e muitas vezes estou só.
Mas há uma beleza crua nisso: a solidão afia o espírito.
Prefiro a autenticidade da introspecção à histeria do pertencimento falso.
Se outros se perderam nos reflexos da realidade, eu caminho entre os espelhos, procurando as fissuras.
Não vim ao mundo para ser máquina de produção nem espectador passivo.
Sou um fragmento consciente, um glitch no sistema.
Crio porque preciso de significado.
Crio porque respiro memórias, e isso é arte.
E talvez, ao criar, esteja a construir um futuro mais real do que este presente fantasma.
"O passado deu-me raízes. O presente é minha arena. O futuro… é meu código."
– iCe303